Nosso maior compromisso: cuidar do planeta!

Nosso maior compromisso: cuidar do planeta!
A existência dos seres e do planeta so dependem de uma atitude de sustentabilidade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

No ritmo da vida... seguimos


            Nossa região do vale do Guaporé foi previlegiada com projetos apoiados pelo Ministério da Cultura,  principalmente em São Miguel e Seringueiras os projetos seguem a todo vapor. que o digam Etelvina Berenez (São Miguel) e Oziel (Seringueiras) que dedicam a vida a espalhar perseverança e amor à vida onde quer que estejam.
Citamos aqui o projeto No ritmo da vida, de autoria de Etelvina Berenez A. de Macedo, de São Miguel do Guaporé cujo objetivo é: "Promover atividades corporais através da dança e da música, envolvendo jovens na faixa etária compreendida entre 17 e 29 anos, com o intuito de trabalhar a coordenação motora, a agilidade, o ritmo e a percepção espacial, além de permitir uma melhora na auto-estima e quebra de diversos bloqueios psicológicos, possibilitando convívio e aumento do rol de relações sociais, bem como tendo a música e a dança como uma opção de lazer que promove inclusive melhora de doenças e outros problemas."

A motivação do projeto em tela visa valorizar os talentos artísticos nas modalidades de música e dança, contribuindo para o desenvolvimento das potencialidades de jovens e oportunizando o conhecimento de novos métodos e técnicas no universo da arte por meio da música e da dança. Certamente o objetivo ora proposto fora alcançado, pois os jovens envolvidos mostraram a que vieram durante as apresentações realizadas no palco da escola Princesa Isabel, em São Miguel, nos dias 05 e 15 de novembro. 

"Que os bons exemplos sejam lançados e produzam bons resultados em todo lugar! A nós cabe partilhar o que temos de melhor e agradecer em quem acredita na força da cultura." disse Etelvina Berenez.


Felicitamos todos os envolvidos e esperamos que outras ações semelhantes possam ser desenvolvidas de forma a ocupar o tempo de nossos jovens, favorecendo o crescimento da cultura e da arte na região Amazônica.




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MPF/RO quer fechamento imediato de madeireiras que devastam terras indígenas


O Ministério Público Federal (MPF) em Ji-Paraná (RO) ingressou com uma ação civil pública para fechar nove madeireiras que estão extraindo ilegalmente grandes quantidades de madeiras nobres de três terras indígenas. As madeireiras estão situadas no distrito de Boa Vista do Pacarana, no município de Espigão D'Oeste. Para o MPF, o distrito é o principal foco deste tipo de ação criminosa em Rondônia.

Boa Vista do Pacarana está a nove quilômetros da Terra Indígena Sete de Setembro, dos índios suruís, em Rondônia; a cinco quilômetros da Terra Indígena Roosevelt, dos índios cintas largas, na divisa de Rondônia e Mato Grosso; e a três quilômetros da Terra Indígena Zoró, dos índios zorós, em Mato Grosso. Estas três terras indígenas são os únicos locais onde ainda há madeiras nobres em um raio de mais de 100 quilômetros de onde estão as madeireiras.

O plano de manejo florestal regular mais próximo de Boa Vista do Pacarana está a 25 quilômetros e também não possui madeira suficiente para justificar a grande quantidade de matéria prima que é processada e estocada diariamente nas madeireiras do distrito.

Licença para devastar - O governo de Rondônia também é réu na ação movida pelo MPF. O procurador da República Daniel Fontenele explica que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sedam) emitiu licenças de instalação para madeireiras naquela área, “sem considerar os óbvios impactos às comunidades indígenas”.

Ao emitir as licenças, a Sedam descumpriu a própria legislação ambiental do Estado de Rondônia, que estabelece a necessidade de vistoria técnica prévia e manifestação da Funai como condicionante ao licenciamento de empreendimentos situados em um raio de até dez quilômetros de terras indígenas. “A Sedam foi negligente e ineficiente ao conceder, açodada e indiscriminadamente, licenças de operação a estes empreendimentos madeireiros”, argumenta Fontenele.

Para o MPF, as licenças deveriam passar pelo crivo do Ibama. “Há duas razões fortes para que o Ibama seja o órgão licenciador: o distrito onde estão as madeireiras localiza-se na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, caracterizando impacto regional dos empreendimentos; e também porque as madeireiras estão no entorno de terras indígenas, determinando a competência federal”, afirma o procurador.

Ameaça de morte - As comunidades indígenas têm buscado alternativas sustentáveis de preservação ambiental por meio de captação de recursos por créditos de carbono. O procurador Daniel Fontenele cita o projeto dos índios suruís, que já mantêm contato com investidores interessados em seus pontos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD).

“Mas a conduta permissiva do Estado de Rondônia vem na contramão destas iniciativas. Ao licenciar os empreendimentos madeireiros no entorno das terras indígenas, o governo estadual não só agride o meio ambiente como obstaculariza a possibilidade de ganhos concretos derivados da preservação. É um absurdo”, ressalta o procurador.

A pressão de madeireiros sobre os povos indígenas do entorno de Boa Vista do Pacarana tem causado desestruturação de sua organização social, com graves repercussões. “Há aliciamento de lideranças indígenas para permitir a extração ilícita de madeira”, expõe Daniel Fontenele. Ele menciona como exemplo o envolvimento de lideranças de duas aldeias suruís e há informações de que os índios estariam recebendo armas de fogo oferecidas pelos madeireiros.

Quem se opõe à retirada de madeira sofre represálias. Em julho deste ano, o MPF abriu um inquérito civil público para investigar as ameaças de morte sofridas por Almir Suruí, líder daquela etnia que tem feito oposição à retirada de madeira da terra indígena. “Há contínuo aumento das tensões na região”, alerta o procurador.

Paralisação das madeireiras - O MPF pede que a Justiça Federal anule as licenças ambientais emitidas pela Sedam, além de condenar o Estado de Rondônia a não mais emitir licenças ambientais em áreas do entorno de terras indígenas sem manifestação prévia e conclusiva da Funai e a revisar todos os licenciamentos de empreendimentos atualmente localizados no entorno das reservas, no prazo de seis meses.

O pedido também é para que seja determinada a paralisação imediata das atividades madeireiras de Boa Vista do Pacarana e retirada de todo maquinário e veículos destinados ao processamento de madeira.

Por último, o MPF pede a condenação de todos os réus a pagamento de danos morais coletivos, no valor de R$ 10 milhões, em favor das comunidades indígenas Suruí, Zoró e Cinta Larga, em razão dos prejuízos sofridos. “Este valor representa apenas uma pequena parcela do preço comercial da imensa volumetria de madeira já extraída ilegalmente destas terras indígenas”, informa o procurador.

São rés na ação as madeireiras Menegaz, Por do Sol, Matos e Litque Indústria e Comércio de Madeiras, Bandeirantes, Rey Industria e Comércio de Madeiras, Comércio de Madeiras Fênix, Benevides, São Roque e Barão.


Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República em Rondônia
Contato: (69) 3216-0525 / 8431-9761
E-mail: ascom@prro.mpf.gov.br




terça-feira, 13 de setembro de 2011

Educação é prioridade!

PARA QUE SERVEM AS RENs?
Inicialmente optei por não me pronunciar sobre o assunto até que tudo estivesse esclarecido, entretanto, após questionar os detentores do poder na capital rondoniense (por incrível que pareça sem obter uma resposta plausível!,) não consegui situação-explicação que convencesse sobre o fechamento de 22 Representações de Ensino.
Para que servem?...

O pior de tudo é ser informada, sem ter tido vez nem voz! Dignidade, onde está? Democracia, cadê? E o Sindicato? Nem se manifestou! O que que há?

Para entender minha visão de mundo (particularmente minha) façamos um breve retrospecto: Descentralizar o poder através da gestão democrática. Lutamos por essa questão durante anos, atualmente, participamos desse processo na escolha para a formação dos conselhos escolares e, daqui a pouco, se tudo correr conforme o planejado, votaremos para a escolha das direções escolares... Hoje, veja o que se descortina ante nossos olhos: desativação das RENs, ou seja, CENTRALIZAÇÃO DO PODER! (De novo!) Para minha humilde pessoa, reles cidadã, parece incoerente! Somente para mim? E você, o que pensa? Depois me responda, por favor!

Mas continuando... Ao longo dos anos, trabalhamos pela cooperação, pelo trabalho em grupo, pela ação conjunta, e quando chega o Governo da Cooperação...

Então nosso enveredar pela participação na transformação da realidade na qual estamos inseridos, segue, certamente segue! Segue através das sementes do sonho de transformação (Que por incrível que pareça não foi lançado em 2011, mas há muitos anos atrás). Que fora semeado por poucos, mas firmes, graças ao desejo de mudança através dos questionamentos dos jovens insatisfeitos com ações extremamente maduras, que querem saber o porquê desse ou daquele fato, dessa ou daquela decisão. Segue também através daqueles, eternos insatisfeitos, que querem melhorar o mundo onde habitam. Nossa! Como tem dessas pessoas por ai! E quantos deles nós conhecemos? São Ana Paulas, Andrés, Giseles, Deivids, Gislaines, Romários, Donizeths e tantos outros inomináveis que, onde quer que estejam, SEMPRE vão fazer a diferença! Seja na família, na comunidade ou na escola! Uma nova história será construída de forma diferente, participativa, democrática, cooperativa! E muito MELHOR!

...Essas sementes vem sendo semeadas em Rondônia desde 1986. E tenho certeza absoluta, que muitas delas já germinaram e produziram frutos através daqueles que fizeram história e não ficaram à margem! Ah! Visivelmente, há ainda muitas sementes germinando nos corações e mentes de estudantes e profissionais que vem resgatando o respeito e a valorização da diversidade nessa nossa região cravada no coração da Amazônia. Isso mesmo! São vocês, companheiras e companheiros de jornada, que, onde quer que estejam, seja na “Iwará Puruborá”, seja no “Vale do Guaporé”, seja na “Oswaldo Piana” ou seja na “Rui Barbosa”, vocês sempre farão a DIFERENÇA!

Compensador sempre foi, é e será nosso trabalho!

Valeu a pena porque recebemos todos com distinção e respeito, como gostamos de ser tratados! Agimos democraticamente, partilhando ideias e ideais! Isso mesmo, Fabiana e Tati, nosso anseio de mudança será perpetuado! É, Marisete, Eliane, Inelves e Valdinei, nossas edificações baseadas na busca de conhecimento, certamente, não foram em vão. Verdadeiramente, Roni e Lurdes, nosso compromisso com a verdade e o bom relacionamento são primordiais! Logo, Isabel e Urias, nossas vidas são organizadas e dirigidas pelo bem comum! Alguém quer mais que isso?!
Por isso, queridos agentes de transformação da realidade, continuamos nossa jornada em caminhos diferentes, porém, com o mesmo propósito!

O que importa não são as decisões tomadas pelas gravatas coladas em gabinetes de luxo, mas, verdadeiramente, o que importa são as pequenas ações cotidianas, os pequenos seminários, as pequenas rodas de conversa, os pequenos círculos de leitura, as pequenas apresentações teatrais, as pequenas participações esportivas, as pequenas ações conjuntas, os pequenos projetos (teimosos) que insistem em permanecer e, obviamente, trazem grandes planejamentos, grandes realizações, grandes resultados, EXUBERANTES vitórias! Porque vencer não é só ganhar! Vencer é participar! Vencer é secar lágrimas! Vencer é partilhar sorrisos! Vencer é participar da construção de uma NOVA HISTÓRIA!

Para tanto, cá estamos nós, prontos para trabalharmos por uma educação de qualidade! Prontos para, acima de tudo, HUMANIZAR a educação! Prontos para continuarmos sendo agentes de transformação, com vez e voz, participando ativamente!

E você, afinal, o pensa sobre o assunto? Já questionou? Ou pensou só no lado pessoal?

Vamos esperar para ver, em algum tempo, se saberemos responder a tão repetida pergunta que encabeça essa opinião! Vamos participar para ver no que vai dar! Ou vamos, simplesmente, ficar à margem?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PAZ e SUCESSO


Ontem 07 de setembro Trio Chapahall's... Foi D+
Confira as imagens:
Entrevista na Studio A FM


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

De braços dados em apoio à cultura e à arte

A região do vale do Guaporé, em Rondônia, é riquíssimo em fauna, flora, população e principalmente em... cultura e arte. Poucos são os promotores culturais, mas fervorosos são seus objetivos.

Em São Miguel temos exímios professores, engajados com a causa... Marlene,... Zenildo, ...e tantos outros. Além de artesões, coreógrafos e outros. Aqui ressaltando a artesã Berenez Macedo, mentora do projeto "No ritmo da vida", sempre disposta a auxiliar, seus dotes vão desde a culinária, passando pelos mais diversos tipos de artesanato..., até chegar à dança (paixão de infância).

Passando por Seringueiras precisariamos de dezenas de páginas para nomear os engajados na arte e na cultura, sem menosprezar ninguém, vamos citar apenas alguns: Beatriz Dalla Costa, professora, possui o dom artístico em seu sentido mais amplo. Há também o João do Rozário, escritor reconhecido nacionalmente. Valter Duarte, incentivador da diversidade histórica. Tem também o Sandrinho Barcelos, coreógrafo e mestre da arte da dança... e não podiamos esquecer de citar a Profª Berenice Azevedo, professora, promotora cultural e grande incentivadora das questões étnico culturais.

Mais à frente, em São Francisco encontramos vários professores apaixonados pelo tema, além de renomados músicos e artesões, citamos aqui o Leoni, que na arte musical não deixa nada a desejar, e a Esterlita Freitas que do barro vindo da terra cria asmais excepcionais peças.

Chegando a Costa Marques, fica difícil escolher de quem falar, pois `nos rios onde navega a esperança muitos são vitalmente enraizados na arte e na cultura. Prof César, coreógrafo e incentivador da arte. A família Gonçalves (Marileide, Chico Território, Maguinha, Chiquinho, e tantos outros) que traz correndo nas veias o amor pela cultura regional, seja na música, na dança, no artesanato ou na culinária.

Estamos todos de braços dados
pela valorização da cultura e da arte!





terça-feira, 9 de agosto de 2011

Povo Xavante declara guerra contra segunda expulsão da Terra Indígena Marãiwatsédé


“Nunca Xavante chorou de medo, nunca fugiu de morrer. Xavante sempre enfrenta por seus direitos. Estou preparando muito bem essa guerra, está sendo pensado. É assim desde o século passado. Afirmamos e mantemos isso”. A fala é de cacique Damião Paridzane, da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, no Mato Grosso (MT). No último dia 28 de julho, parecer jurídico, uma carta escrita pelo cacique, além de um abaixo-assinado chegaram às mãos do desembargador Federal Fagundes de Deus a tratar dos últimos episódios que põe em risco a posse Xavante de Marãiwatsédé.

Com a paciência esgotada, a liderança indígena organiza seu povo para resistir a mais uma tentativa de retirada dos Xavante de seu território originário, além de reivindicar ao governo federal a desintrusão de todos os não-indígenas do território homologado desde 1998 – a morosidade, na avaliação dos indígenas, é a principal razão para mais um tentativa de expulsão do povo Xavante de Marãiwatsédé.

O recado do cacique tem destino certo. Fazendeiros, posseiros, madeireiros e grileiros, invasores do território, se articularam com deputados estaduais e conseguiram que a Assembleia Legislativa do MT aprovasse, em junho, a Lei nº 9.564 que autoriza o governo do estado a realizar permuta com a União da área homologada de Marãiwatsédé pela do Parque Estadual do Araguaia.

A permuta garantiria aos depredadores e invasores a continuidade da exploração do território indígena - que já perdura desde os anos 1960, década em que ocorreu a primeira retirada forçada dos Xavante de Marãiwatsédé. “A comunidade não quer ser retirada pela segunda vez da terra. Para nós não interessa. Essa lei é contra os direitos que a Constituição dá para os índios. Estamos firmes e animados para a decisão final da Justiça”, disse cacique Damião.

Enquanto os Xavante se organizam para resistir, o governo federal vacila na retirada dos fazendeiros e posseiros que ainda insistem em se manter no território já homologado. Eles são os principais interessados e articuladores da retirada dos Xavante das terras. Mesmo com a declaração oficial da Fundação Nacional do Índio (Funai) contrária à lei aprovada no MT, os cerca de 670 Xavante ocupam somente 20% de um total de 165.241 hectares. O resto da terra continua vítima da grilagem e devastação.

Em maio deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) detectou que dentro da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, área da Amazônia Legal, 68,8 quilômetros quadrados estão desmatados, sendo o maior foco do país – o que equivale a 43 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

“Marãiwatsédé foi demarcada, homologada e ainda tem posseiro, fazendeiro criando gado? Isso é um desrespeito. Queremos que o governo gederal os retire para que meu povo possa recuperar a terra da devastação, muito prejudicada”, reivindicou cacique Damião.

Permuta: mecanismo ilegal

De acordo com parecer jurídico elaborado pelos advogados Denise da Veiga Alves e Adelar Cupsinski, ambos assessores jurídicos do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Terra Indígena Marãiwatsédé é bem de uso especial da União “para o fim específico de posse permanente e usufruto exclusivo de suas riquezas pelo povo Xavante”. Portanto, a Lei nº 9.564 sancionada pelo governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, atinge as raias da inconstitucionalidade.

Outro argumento usado pelos advogados dá conta de que a inalienabilidade e a indisponibilidade – termos constitucionais - sobre Marãiwatsédé significam, na prática, que as terras indígenas não podem ser cedidas, doadas, transferidas, vendidas ou permutadas.

“A posse do território é garantida por força constitucional ao povo Xavante. Não se pode confundir Direito Civil com Direito Originário, o indigenato, ou seja, o direito indígena ao usufruto e posse das terras é anterior a qualquer reconhecimento formal pelo Estado”, completou a advogada Denise.

Um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas a favor dos índios Xavante foi anexado ao parecer, além da carta. Cacique Damião, que nasceu em Marãiwatsédé, acredita que o apoio externo é importante, sobretudo porque a recuperação ambiental do território é necessidade imediata. Os Xavante vivem de roças de tocos tradicionais: arroz, milho, feijão, abóbora, mandioca, melancia, inhame, cará. Como a terra está muito fraca - não há mata - essa produção não vem em grande quantidade. Eles coletam e caçam, mas pouco para a comunidade. Há também uma roça de arroz mecanizada, que a Fundação Nacional do Índio (Funai) ajuda a manter.

“Isso mostra que estamos confiantes, resistentes. Dentro da tradição na nossa terra tem o inhame, um pouquinho de caça, que quase acabou por conta da ação dos invasores. Sempre digo: índio não pode esquecer a tradição. E nós nunca acabamos por isso. Meu pai faleceu, mas fui criado sem sair da tradição. Essa é a origem do índio no Brasil”, completou.

Para cacique Damião não existe outro documento que a cultura – num gesto simples, retira um pedaço de madeira de sua orelha esquerda furada e diz: “Isso aqui mostra que sou índio, o toré mostra que sou índio, os rituais mostram que eu sou índio. E a gente tem terra. Nós não invadimos ou roubamos nada. Nos invadiram e nos roubaram”.

1966: a primeira retirada forçada dos Xavante de Marãiwatsédé

Os Xavante de Marãiwatsédé, pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê e de família linguística Jê, fazem parte do grande povo Xavante que habita o leste do Mato Grosso ). No total, são 18 mil indivíduos em 11 Terras Indígenas e divididos em 178 aldeias. Os primeiros registros dos A’wue datam de 1751, quando as terras foram de forma paulatina invadidas. Os Xavante de Marãiwatsédé foram os últimos a terem contato com a sociedade envolvente, no final dos anos 1950, pelas ações de atração do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Muitos sertanistas e agressores foram mortos na tentativa pacífica ou violenta de aproximação com esses índios.

Os primeiros posseiros da Terra Indígena Marãiwatsédé a invadiram em 1958. Quase quatro anos depois, a fazenda Suiá-Missú era instalada nas terras indígenas como propriedade escriturada. Os Xavante, reduzidos pelos assassinatos e doenças trazidas pelas expedições punitivas e grupos de atração do SPI, foram usados como mão-de-obra pela família Ometto, ‘dona’ da fazenda. Quando essa mão-de-obra foi considerada dispensável pelos invasores, um acordo envolvendo os Ometto, a FAB e o SPI decidiu pela retirada forçada dos Xavante de suas terras para a Missão Salesiana de São Marcos, 400 km ao sul do território originário – completamente tomado por posseiros, grileiros e latifundiários.

Pela janela de um C-47 da Força Aérea Brasileira (FAB), Damião Paradzane, ainda um jovem índio, viu o Território Indígena Marãiwatsédé se afastar de seu povo – composto por 263 indivíduos. Em São Marcos, os indígenas se encontraram com outros grupos Xavante, como eles reduzidos pela atração da sociedade envolvente e invasores de territórios. No novo território uma epidemia de sarampo matou cerca de 80 índios. Os indígenas sobreviventes, com a estrutura social fragilizada, se dividiram. A reviravolta ocorreu apenas na década de 1980.

Remanescentes de Marãiwatsédé e as novas gerações se reorganizaram para recuperar o território. Descobriram que a fazenda Suiá-Missú, maior propriedade constituída no território, encontrava-se sob controle da Agip do Brasil S/A, filial da corporação italiana. Na Conferência Mundial do Meio Ambiente, a ECO 92, no Rio de Janeiro, em meio às várias discussões que pautaram o encontro, os executivos da Agip prometeram devolver o território para os Xavante.

Invasões não cessaram com homologação de território

Em 9 de abril de 1992, os estudos de identificação da área foram concluídos pelo Grupo de Trabalho da Funai. A homologação de Marãiwatsédé só viria em 11 de dezembro de 1998. O território teria 165.241 hectares, estendendo-se pelos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, São Félix do Araguaia e Serra Nova Dourada, a leste de MT. No entanto, a fazenda Liquifarm Agropecuária Suiá-Missú S/A, da Agip, não entrou na identificação e homologação - sendo leiloada numa manhã de 30 de novembro de 1992.

Os Xavante foram enganados e entre a conclusão dos estudos e a homologação, grileiros e fazendeiros, respaldados por políticos, estimularam a invasão de pequenos posseiros no território. Segundo levantamento da Opan, anúncios foram feitos em várias partes dos estados de Mato Grosso e Goiás para que toda e qualquer gente desfavorecida de terras fossem ocupar Marãiwatsédé.

As matas e o cerrado, áreas consideradas ruins para o cultivo, foram destinadas a esse povo sofrido pela concentração de terras nas regiões de onde chegaram. A devastação da natureza se intensifica no território Xavante. Nas terras tidas como de boa qualidade, o latifúndio se instalou com suas centenas de cabeças de gado e o desmatamento para o pasto também tomou outras proporções.

“Sabiam e sabem que é área dos índios, já na época de 1993 eles se envolveram com políticos de São Félix e Cuiabá. Os fazendeiros trouxeram vários posseiros, de outras cidades, de Goiás, São Paulo. Nós achamos que tem de tirar eles porque não são índios e ocupam área indígena demarcada”, indignou-se o cacique Damião.

Em 2003, os anciãos Xavante se reuniram e manifestaram aos mais novos o desejo de regressar a Marãiwatsédé – terra onde a cosmologia Xavante encontra força como morada da ancestralidade e dos encantados. Cerca de 280 indígenas fazem o caminho de volta, mas na entrada do território são barrados na BR-158 pelos invasores das terras – a estrada foi bloqueada por um ônibus da prefeitura de Alto Boa Vista. Os Xavante decidem não voltar para São Marcos e acampam às margens da BR.

Por lá ficaram sob lonas de novembro de 2003 a agosto de 2004, quando sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) garante a entrada dos indígenas no território para ocupar a fazenda Karu – ou seja, depois de cinco anos da homologação de Marãiwatsédé.

Renato Santana/CIMI

De Ribeirão Cascalheira, Mato Grosso (MT)



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Buscando apoio para escolas estaduais de Seringueiras






No último dia 27 de julho, Profª Berenice Azevedo, atual Representante de ensino de Seringueiras, esteve reunida com Sueli Aragão- Secretária Adjunta da SEDUC, momento em que partilhou com a adjunta as preocupações e anseios da comunidade escolar seringueirense. Na reunião a representante de ensino reivindicou a reforma completa da quadra poliesportiva da escola Rui Barbosa de Oliveira, que desde sua construção há 20 anos nunca recebeu uma reforma completa e que devido a estrutura abalada apresenta perigo aos alunos que frequentam as aulas de educação física.

Profª Berenice solicitou ainda a construção do prédio do CEEJA Vale do Guaporé, para que dessa forma os alunos fossem melhor atendidos em sua busca pelo conhecimento, já que atualmente funciona num prédio alugado. Sueli Aragão mostrou-se comprometida com a causa da educação, assumindo assim o compromisso de bem atender a estas e outras solicitações feitas pela representante de ensino. "A comunidade de Seringueiras acredita no compromisso do governo estadual em melhorar o atendimento à população em todos os setores, principalmente no fato de trabalhar por uma educação de qualidade perpassando pela gestão democrática e pela valorização da cidadania plena", disse a professora e representante da Seduc em Seringueiras.

domingo, 17 de julho de 2011

Espalhando cultura em todo lugar!

Sabemos que ao longo da história a cultura e a arte integraram a vivência dos seres humanos, que estes continuam sendo capazes de fazer música de todas as formas. E que desde a antiguidade a musicalidade está presente a partir de instrumentos inusitados como um tronco, pedaços de bambu, dentre outros.


Satisfatoriamente, até os dias atuais dentre todos os tipos de pessoas, surgem novos talentos, trabalhando de forma simples a arte de animar e satisfazer todos os gostos musicais.

Prova disso é o grupo Guaporé Eletroshow que nasceu há um ano, no pequeno município de Seringueiras.


Em Costa Marques, no Sábado de Aleluia, no Mangueiras Club, no recanto do Chitão e na Festa do Divino...

Passando por Seringueiras, no Festival de Música e no Arraiá Junto e Misturado, dia 02 de julho...

Indo para Alvorada, no ASBERON e no Balneário do Zeca, em 09 de julho...

E em Terra Boa, na 1ª Festa Luterana, dias 16 e 17 de julho...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Índios e meio ambiente em Rondônia prejudicados por Pequenas Centrais Hidrelétricas


As várias Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) construídas na bacia do Rio Branco estão prejudicando o meio ambiente e os índios. Por esta razão, o Ministério Público Federal (MPF) em Ji-Paraná (RO) emitiu recomendação à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e à Fundação Nacional do Índio (Funai) para que sejam feitos estudos mais amplos sobre os impactos do conjunto das hidrelétricas. Até a conclusão destes estudos, a Sedam não poderá autorizar ou emitir licenças para a construção de novas PCHs na bacia do Rio Branco.

O procurador da República Daniel Fontenele explica que PCHs são consideradas como geradores de “energia limpa” por não trazerem impacto ambiental aos rios onde são instaladas. Mas ao longo dos anos foram instaladas várias PCHs no leito do Rio Branco, o que tem causado sérios impactos ambientais e sociais aos índios que habitam a região. Isto ocorreu porque os estudos sobre os impactos só levaram em conta as barragens isoladamente – uma a uma – e desconsideraram que, do ponto de vista ambiental, o conjunto de PCHs equivale a um grande empreendimento.

Com esta série de PCHs, o Rio Branco teve seu curso fortemente afetado, o que gerou vários impactos: as águas baixaram; morreram peixes, tracajás e outros animas; a navegação ficou comprometida; além de outros prejuízos ambientais. Várias comunidades indígenas estão sendo afetadas. Os índios que vivem na região nunca foram consultados sobre os empreendimentos nem tiveram compensações dos prejuízos sofridos.

Danos conhecidos

Desde 1999 há laudos, perícias e relatórios técnicos da Sedam informando que as PCHs estão causando múltiplos impactos ambientais nocivos. Mas até o momento não há registros sobre ações efetivas por parte dos órgãos públicos responsáveis pelos licenciamentos e fiscalizações.

A própria Sedam emitiu relatório expondo que os estudos que embasaram os licenciamentos das PCHs não abordaram todos os impactos ambientais e, consequentemente, não foram nem são capazes de indicar medidas necessárias para diminuir os problemas causados e nem apontar solução técnica para os diversos problemas constatados.

Os proprietários das PCHs já sabiam da fragilidade técnica das atuais licenças e autorizações ambientais dos empreendimentos, tanto que assinaram um “protocolo de intenções para celebração futura de termo de compromisso ambiental” que foi publicado no Diário Oficial do Estado de Rondônia em junho de 2010.

Em setembro de 2010, a Sedam começou a providenciar uma nova avaliação ambiental integrada das hidrelétricas. Mas para o MPF, os novos estudos devem avaliar também os impactos das PCHs nas comunidades da Terra Indígena Rio Branco.


Índios

Considerando esta situação, o MPF emitiu uma recomendação destacando vários itens a serem cumpridos. Para mensurar os impactos sofridos pelos índios, a Funai deverá fazer um termo de referência que servirá de base para a realização dos novos estudos. Este documento precisa ter a participação das comunidades indígenas e ser feito em prazo compatível com o cronograma já estabelecido.

A Funai também deverá acompanhar a elaboração dos estudos, avaliar os resultados e emitir seu parecer à Sedam. Já a secretaria só poderá aprovar a nova avaliação ambiental integrada das hidrelétricas se nela estiverem os estudos técnicos sobre os indígenas. Para o procurador da República Daniel Fontenele, “é obviamente imprescindível que se leve em conta o componente indígena nesta avaliação ambiental integrada”.


Suspensão e fiscalização

Pela recomendação do MPF, a Sedam deverá suspender a emissão de novas licenças ou autorizações para PCHs na bacia do Rio Branco até que sejam concluídos os estudos do conjunto das hidrelétricas. É preciso que se crie um comitê da bacia hidrográfica do Rio Branco e cabe à Sedam fomentar esta criação.

A secretaria deverá também fiscalizar as áreas afetadas pelos empreendimentos, principalmente no período de seca, e monitorar o volume de água usada pelas PCHs, de forma a garantir a preservação dos peixes, répteis e anfíbios na Terra Indígena Rio Branco e Reserva Biológica do Guaporé.


Prazos

Funai e Sedam têm dez dias para informar se vão cumprir a recomendação. Caso não a cumpram, seus representantes poderão responder judicialmente e serem responsabilizados por eventuais danos à coletividade.




Fonte: Rondonia in foco, publicada em 29-06-2011 às 13:00 / Autor: MPF/RO


terça-feira, 28 de junho de 2011

A passagem


Não existem palavras, línguas, gestos ou mesmo pensamentos que possam expressar a dor da perda. Ela é tão profundamente dolorida e fere a alma com esmero desmedido, cortando lenta e dolorosamente com o lado cego da faca.

A dor é fenomenal, incrívelmente dor, extraordinariamente dor, fatalmente dor. É dor, dor, dor, somente dor. E não cede, não acalma, não dá trégua. E a alma se contorce, revolve, chora, berra e geme em lamentos surdos, que tomam o corpo, que fazem cambalear e entontecer o espírito.

A dor da perda não tem som, não tem voz, e invade o âmago do ser silenciosa e cruelmente fazendo doer e adoecer o corpo. Massacra a alma a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido. Tudo. Tudo perder o sentido e o brilho da vida.

Os olhos olham mas nada vêem, os ouvidos ouvem sem nada ouvir, os braços caem sem sentir qualquer amparo, qualquer sussurro de compreenssão, de entendimento. Somente o gosto do sangue da dor é percebido no fundo do coração que sangra, falece e se afunda no fundo da terra, do pó.



E tudo vira dor profunda e cortante como o fio de uma navalha. Os sentidos perdem a razão de ser. Robotizamos o corpo e caminhamos, perdidos e anestesiados de lá prá cá, de cá prá lá, desnorteados, confundidos, atordoados e completamente perdidos de nós mesmos. Esquecidos de tudo e de todos, menos da dor que rasga, dói e arranha o coração até o sangue jorrar em lágrimas profusas e gritos inaudíveis.

A dor da perda cala fundo e faz sepultura da alma onde desejamos ardentemente nos enterrar, em silêncio absoluto, em escuridão infinda, em adormecer eterno. Faz desejar a morte e buscar o fim de tudo, inclusive de si mesmo, para calar... a dor...

Não existem palavras que definam a intensidade da dor da perda. Ela é tão incrivelmente dor que perdemos a definição e a expressão do que sentimos. Nada mais importa. Nada. A dor da perda é pesada demais. Impossível de se carregar solitariamente.

Por isso, por tudo isso, havemos de buscar forças para suportar a dor da perda, por mais profunda, pungente e dolorida que seja, por mais aterradora e insensível...


Havemos de nos resguardar da dor, de acordar e lutar para viver, mesmo a alma em soluços, mesmo que o espírito, anestesiado pela dor, perca a vontade de lutar e continuar a viver... havemos de nos resgardar da dor no alento dos braços do amor, que é o único que torna possível tudo, por ele, com ele, suportar...




"Pai, põe no meu coração a certeza de que o Ressuscitado está comigo e me dá força nos momentos de tribulação. E, assim, eu dê provas de que a minha fé é sólida."












Em 2009, última visita, transmitindo conhecimentos Nildete Mendes (Duquinha) é um exemplo a seguir! Mas, como a vida é passageira... os ventos de junho a levaram para junto do Pai Celestial!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A satisfação de existir















A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida

e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

(Autor desconhecido)



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Em sintonia com o altíssimo

O Dia do Evangélico neste sábado, 18, é feriado para o comércio do Estado de Rondônia. Em 2007, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia entrou com ação contra Governo do Estado de Rondônia e Assembleia Legislativa por considerar inconstitucional a lei que estabelece o feriado do Dia do Evangélico.

A ação que recebeu parecer favorável da Procuradoria Geral da República tramita no Supremo Tribunal Federal - STF. Enquanto não houver julgamento definitivo, a lei continua em vigor, portanto o feriado do Dia do Evangélico.

Com isso, os comerciantes que convocarem seus funcionários deverão compensar o trabalhador em outro dia da semana ou então pagar em dobro o dia trabalhado.

Corpus Christi - No Dia de Corpus Christi, na próxima quinta – feira, 23, o comércio funcionará normalmente porque trata – se de um ponto facultativo nacional. Pelas normas legais, a lei federal prevalece sobre estadual e municipal.

Estados e Municípios podem decretar ponto facultativo somente para as repartições públicas, não podendo atingir esse ato às entidades de direito privado, a exemplo do comércio e indústria.

Fonte: www.oobservador.com.br



quinta-feira, 9 de junho de 2011

Unidos pela melhoria na qualidade da educação

Quem disse que querer não é poder?
O primeiro passo para alcançar os objetivos traçados é o desejo de almejar êxito!
Dialogar, planejar, ouvir, falar, organizar...







Professores e alunos das escolas estaduais Princesa Isabel, de São Miguel, e Oswaldo Piana, de Seringueiras, juntamente com os representantes de ensino, Zenildo... e Mª Berenice Azevedo assumiram o compromisso de trabalhar pela propagação e valorização da cultura regional. Uma das mostras dessa ação aconteceu durante os dias 04 e 05 de junho, quando a comitiva de alunos pesquisadores esteve em Costa Marques, acompanhados pelos professores coordenadores, durante o início do festejo do Senhor Divino Espírito Santo, para coletar informações sobre essa tradição acontecida desde 1894 no vale do Guaporé, onde os referidos estudantes buscaram informações através de entrevistas com a população local, romeiros e visitantes.
Além de visitar o monumento histórico, Forte Principe da Beira, resgatando informações sobre a história local.
Eis a efetiva ação da educação: suscitar estudantes interessados em pesquisar, sendo assim protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem, enriquecendo assim o conhecimento, posteriormente sendo transmitido aos demais alunos da escola por meio de palestras, exibição de slides, mostra fotográfica e outros.
"Propagar o interesse e o amor à causa pela melhoria da qualidade da educação escolar é o compromisso da SEDUC e nossa missão é, efetivamente, espalhar essa semente!", afirmaram os representantes de ensino.



Em meio a multidão uma certeza se mantem: somente unidos somos fortes!


Após seis anos, as professoras Marlene Tomazoni e Berenice Azevedo se encontraram para partilhar os ideais de respeito e valorização da diversidade através da ressignificação da cultura, pois, "quem forma se forma e reforma ao formar-se, e quem é formado forma-se e reforma ao ser formado", acertadamente disse o companheiro Paulo Freire.

E como ninguém é de ferro... uma paradinha no restaurante Amazonas, da Ana Délia, para refrescar e saborear aquele peixe que só as margens do rio Guaporé tem esse sabor.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Momento de fé e sintonia com o Espírito Santo

Enquanto esperamos o Batelão, oramos..., cantamos..., e refletimos sobre a caminhada da Irmandade ao longo dos 117 anos de tradição envolvendo ribeirinhos, indígenas e quilombolas, brasileiros e bolivianos unidos pelas águas e pela fé.






Chico Território conduziu a oração de forma emocionante e envolvente sob a luz do Espírito Santo.




quarta-feira, 1 de junho de 2011

PPA Participativo



Hoje vivemos um dia histórico para a região do vale do Guaporé, durante todo o dia, nas dependências da EEEFM Campos Sales, organizado pela SEPLAN, participamos da elaboração do Plano Plurianual - Participativo.

Mensagem do Governador
"O Estado de Rondônia com Credibilidade, Eficiência, Justiça Social e Respeito ao Meio Ambiente é construído a partir do envolvimento de todos os seguimentos da sociedade, ou seja, da participação popular. A elaboração de um Plano Plurianual Participativo – PPA-P é uma das etapas necessárias para consolidar o dialogo do governo estadual com a sociedade rondoniense. O envolvimento da participação popular na elaboração do planejamento da administração pública é uma demonstração de democracia cidadã e compromisso com o povo de nosso estado.

A participação popular será realizada nas 10 regionais nos seguintes pólos de referencia:

Região I – Porto Velho; Região II – Ariquemes; Região III – Jaru;

Região IV – Ji-Paraná; Região V – Ouro Preto do Oeste; Região VI – Cacoal; Região VII – Vilhena; Região VIII – Rolim de Moura; Região IX – São Francisco do Guaporé; Região X – Guajará – Mirim.

Ressalte-se que a participação dos diversos seguimentos sociais de Rondônia contribuindo na construção e no monitoramento dos programas governamentais evidencia a concretização da relação democrática entre o governo estadual e a sociedade rondoniense.

Nesse sentido, convidamos você cidadão rondoniense para ser parceiro e corresponsável pelo PPA-P que vai melhorar a qualidade de vida do povo de Rondônia, um lugar melhor para se viver.


CONFÚCIO AIRES MOURA
GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDÔNIA"
(www.ppaparticipativo.ro.gov.br)





O referido PPA abrangerá os anos de 2012 a 2015. E, sem sombra de dúvidas, os representantes da população regional defenderam com afinco as solicitações daqueles que não puderam se fazer presente.





Parabéns a equipe organizadora pela excelência na organização!





Parabéns ao governador, Dr. Confúcio, pela iniciativa!





'Nunca na história' do estado de Rondônia o povo foi consultado para a elaboração das metas essenciais e urgentes a serem alcançadas.





Fizemos e fazemos parte da escrita dessa nova história!





Felicitações a todos os companheiros de trabalho, cidadãos, que participaram!





Que honra!






segunda-feira, 30 de maio de 2011

"É PRECISO LIBERDADE PARA CHEGAR À PAZ"



DESMOND TUTU
Religioso e pacifista sul-africano. Defensor dos direitos humanos, destacou-se por sua notável influência política e religiosa como adversário não-violento do regime racista do país. Seu pai era um professor, e ele mesmo foi educado na High School Bantu de Joanesburgo.

Após sair da escola iniciou sua atividade como professor na faculdade Bantu de Pretoria e em 1954 graduou-se na universidade da África do Sul. Estudou Teologia em 1960. Os anos 1962-66 foram devotados a um estudo de teologia mais avançado, na Inglaterra, tornando-se mestre em Teologia.

De 1967 a 1972 ensinou teologia na África sul. Foi por três anos diretor assistente de um instituto de teologia em Londres. Em 1975 foi apontado decano da catedral do St. Mary em Joanesburgo. Tutu se tornou doutor das principais universidades dos EUA, Grã-Bretanha e na Alemanha.

Desmond Tutu formulou seu objetivo como "uma sociedade democrática e justa sem divisões raciais", e defendeu os seguintes pontos: - Direitos civis iguais para todos; - Um sistema comum de educação; - O fim da deportação forçada da África sul aos "homelands so-called". Desmond Tutu foi arcebispo sul-africano, ativista dos direitos civis.

Em 1984, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento à sua luta pacífica contra o apartheid, pelo trabalho que realizou na cruzada pacífica contra as medidas de segregação racial do seu país. Foi nomeado arcebispo da Cidade do Cabo e líder da Igreja Anglicana da África do Sul em 1986, cargo do qual se afastou dez anos depois.

Foi o primeiro sacerdote sul-africano negro, nomeado secretário-geral do Conselho das Igrejas Sul-africano, reiniciou suas atividades pastorais depois do estabelecimento de uma república multirracial (1994). Em abril de 1996, abriu a Comissão de Verdade e Reconciliação, criada para investigar os crimes de segregação racial cometidos no país.

Em visita à África do Sul, o Papa João Paulo II pediu desculpas ao Bispo Tutu pela escravidão dos negros imposta pelos cristãos, e o compositor brasileiro Gilberto Gil musicou este momento, compondo a canção "Oração pela África do Sul" e cantou como reggae:"Até o Papa já pediu perdão - salve a batina do Bispo Tutu".

sábado, 28 de maio de 2011

"Ó SENHOR! FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DA VOSSA PAZ"



FRANCISCO DE ASSIS

Foi batizado com o nome de Giovanni di Pietro di Bernardone tendo como data provável de nascimento, 26 de Setembro de 1.182, na cidade de Assis, na Itália. Filho do Sr. Bernardone, um rico comerciante de tecidos em Assis, homem rústico e a Sra. Maria Pical, mãe muito delicada e generosa. Foi um jovem particularmente alegre, simpático, humano, sincero, sensível, dotado de um caráter nobre e de um certo galanteio. Era trovador e cantor (não profissional).

Trabalhava auxiliando o pai na loja de tecidos. Apreciava e desejava a posição de cavaleiro. Viveu numa época de fortalecimento da classe burguesa (à qual pertencia) frente à aristocracia, da economia monetária em detrimento dos feudos - o que ocasionou alguns conflitos entre Francisco e Bernardone.

Generoso com os pobres não se despedia deles com as mãos vazias. Em seus banquetes ordenava que se preparassem pratos a mais para os menos afortunados de Assis. Em resumo, era um jovem, alegre, fino, risonho e benquisto por todos, rodeado pela afortunada juventude para sonhar com o futuro, gastar dinheiro e cantar serenatas às damas. Quando estouraram as cruzadas se predispôs a participar, motivado pela glória das vitórias. Em 1.201 os nobres desterrados em Perusa declararam guerra a Assis; Francisco, da mesma forma que seus companheiros, alistou-se no exército e pôs-se em marcha contra Perusa na planície de Espoleto.

No inverno de 1.201, Francisco caiu prisioneiro na batalha de São José, sendo levado para Perusa, ficando numa prisão por longos meses na obscuridade que somente seu ânimo alegre, a disposição de seu temperamento e o gosto pelo canto, o salvaram do desespero. \"Como quereis que eu fique triste, sabendo que grandes coisas me esperam? Costumava dizer, em tom de brincadeira, ao seu amigo. No fim do ano foi libertado, e voltando novamente se entregou a seus saudosos divertimentos da juventude e atividades na casa de comércio de seu pai. Francisco era pródigo. Ele desejava doar, oferecer o que possuía de melhor. O fazia ofertando poemas, compartilhando alegria, doando afeto - fosse aos seus companheiros de festas, fosse a um mendigo.

Mas, convenceu-se de que a prodigalidade do trovador, do amigo, do homem de ricas esmolas não era o bastante. A máxima prodigalidade seria alcançada no despojamento de tudo, a paz íntima seria conquistada na rota da simplicidade. Daí, o lema que adotou: castidade, pobreza, obediência. O fluxo pródigo do amor, do bem querer, encontraria na simplicidade o veículo mais eficaz de manifestação e esta, na paz, o esteio.

Adoeceu de uma doença longa e misteriosa que enfraqueceu seu corpo, mas o tornou forte em pensamento, sobretudo, seu espírito. O jovem alegre e exuberante começou a escolher o silêncio e a solidão, distanciando-se do centro da cidade. Francisco dedicou-se ao serviço de doentes e pobres. Um dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: \"Francisco, restaure minha casa decadente\".

O chamado ainda pouco claro para Francisco foi tomado no sentido literal, vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igrejinha. Como resultado, o pai de Francisco, indignado com o ocorrido, deserdou-o. Com a renúncia definitiva aos bens materiais paternos, Francisco deu início à sua vida \"unindo-se à Irmã Pobreza\". Francisco percorreu as localidades vizinhas pregando o evangelho. Muitos começaram a compreender o sentido da sua vida, manifestando o desejo de seguí-lo. O primeiro foi o sábio e rico de Assis: Bernardo de Quintavale. Depois veio Egidio, muito piedoso.

Morico, dedicado aos leprosos, Bósboro, futuro missionário do oriente, Sobatino, Bernardo de Viridiante, João de Constância Angelo. Quando a primeira fraternidade formou-se em torno do casebre de Rivotorto, Francisco elaborou um regulamento de vida que não se completou e junto aos onze companheiros foi a Roma para por à apreciação do Papa. Inocêncio III, que se limitou a conceder uma aprovação oral, encarregando Francisco de pregar a todos a Penitência. Em 1.212, a \"Fraternidade\", muito crescida, reforma a igreja de Porciúncola, perto de Assis e aí se estabelece.

O exemplo de Francisco é também seguido por Clara, e outra moças de Assis, que entusiasmadas pela vida e espiritualização dele, formaram posteriormente a Ordem Menor das Clarissas. Estimulado pelo desejo de testemunhar a Fé ao mundo inteiro, Francisco, tentara muitas vezes ir aos países não cristãos: parado por uma tempestade em 1.211 perto da Dalmácia e por uma doença na Espanha em 1.214, chegou ao Egito em 1.219; obteve do sultão autorização de pregar, abrindo estradas para as grandes missões.

Retornando a Assis, em 1.220, sofrido no físico e abatido no ânimo por notar incompreensões entre os frades durante sua ausência, Francisco renunciou ao cargo de Ministro Geral da Comunidade em favor do fiel companheiro Pietro Cattani. Em 29 novembro de 1.223, Onório III aprova o regulamento da Ordem dos Frades Menores. Enquanto pregava no Monte Alverne, nos Apeninos, em 1.224, apareceram-lhe no corpo as cinco chagas de Cristo, no fenômeno denominado \"estigmatização\". Os estigmas não só lhe apareceram no corpo, como foram sua grande fonte de fraqueza física.

Francisco de Assis viveu 44 anos, do inverno de 1.181/82 até o crepúsculo do sábado 3 de outubro de 1.226. O amor de Francisco tem um sentido profundamente universalista. Ele irmanou-se com todo o universo: foi irmão do sol, da água, das estrelas, dos animais e dos homens. O \"Cântico das Criaturas\", em que proclama seu amor a tudo que existe, é uma das mais lindas páginas da poesia cristã. Exemplo nítido de fraternidade, bondade e humildade, a grandeza de sua missão sempre ultrapassará todos os limites das palavras e referências escritas.



segunda-feira, 23 de maio de 2011

O guerreiro seguiu viagem



Líder da comunidade quilombola, Jesus Oliveira, viveu de 17/05/1933 a 20/05/2011. Para todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo resta a lembrança e os exemplos de perseverança e humildade.

sábado, 21 de maio de 2011

Nunca é tarde: 13 DE MAIO PARA TEREZA DE BENGUELA


Durante longos anos o 13 de maio permaneceu marcado por homenagens à Princesa Isabel, cognominada “a redentora” por assinar a Lei Áurea em 1888. Nos idos da ditadura militar era comum exaltar esta suposta gesta sem ao menos mencionar a heroica luta negra contra o cativeiro, os indizíveis sofrimentos diante da perversidade branca e sucedâneos. Sequer se falava do rico legado africano para a formação da identidade brasileira nos seus diversos aspectos.

O Império apenas oficializou o fim de um modo de produção cruel, que maculava a nação brasileira perante os olhos do mundo, grosso modo, pela opção de Dom Pedro em não contrariar a elite aristocrática do século XIX, detentora de privilégios à custa da condição de miserabilidade de brasileiros das camadas excluídas do processo político e ínfera como agentes socioeconômicos.
A pressão inglesa, mesmo com fins comerciais e os movimentos abolicionistas de parte da sociedade brasileira mais intelectualizada nos moldes republicanos fomentaram a apostasia escravocrata. No norte do país fazia-se até cota para compra de alforria de escravos enquanto o Ceará saía na vanguarda por ser a primeira província a libertar seus cativos, bem antes da lei.

Nos meios educacionais de Rondônia existe atualmente um descompasso entre a história da presença negra na ocupação e povoamento das terras que hoje constituem o estado e o ensino nas escolas públicas. No ensino fundamental depende da boa vontade do professor que, entremeado de dificuldades em pesquisar livros e se debulhar em materiais didáticos acerca desta importante saga, ensina “do modo que dá”; no ensino médio, apenas no ano de conclusão a grade reserva 40 aulas pra se contar 400 anos de história sobre a presença negra em terras de Rondônia.

Mas sempre há tempo pra recomeçar. E neste dia 13 de maio, ao invés da primazia de citar Princesa Isabel, é assaz justo sacramentar o nome de Teresa de Benguela, rainha africana que como tantos outros irmãos de cor e destino, enveredaram pelas fugas para se aquilombar nas escarpas da extensa Serra dos Parecis, pelas vizinhanças dos arraiais e nas águas do rio Piolho, que viria a dar nome ao quilombo comandado por Teresa.

O quilombo do Piolho foi atacado em 1770 pelo Sargento-Mor João Leme do Prado, quando apreendeu numerosa escravatura, restando ainda ali muitos fugitivos escondidos na selva que se estabeleceram novamente nas cercanias do lugar. Segundo a maioria dos estudiosos, Teresa enlouqueceu e se suicidou ao ver sua gente ser massacrada, castigada e voltar às senzalas machucados pela fúria marginal dos seus senhores.

Entretanto, sua coragem, seu exemplo único, sua devoção pela liberdade numa época em o sangue negro derramava aos borbotões nos campos e minas, jamais poderia ser esquecido. Sobrevive na literatura, nas dissertações e teses acadêmicas e no coração guerreiro dos movimentos negros que reivindicam como justa causa, a igualdade racial que lhes é devida pela pátria que ajudaram a formar e dela se tornaram filhos que nunca fugiram à luta.

Fonte: Prof. Sílvio Mellon,
é historiador e professor do IFRO – Campus Ariquemes/RO (E-mail: silviomellon@hotmail.com)

Madeireiros querem terra dos quilombolas do Guaporé.


O Vale do Guaporé, em Rondônia, tem atualmente cerca de quinhentas comunidades de quilombolas. Alvo dos madeireiros são as madeiras nobres dali.

SERINGUEIRAS, Rondônia – Acamado em casa, o patriarca da Comunidade Jesus vê ameaçadas as riquezas naturais da única terra quilombola em Rondônia, no município de Seringueiras, na Amazônia Ocidental. O clamor da família por recursos para tratá-lo é grande, mas não encontra ressonância. Tudo está distante desse lugar situado a 527 quilômetros da capital, Porto Velho.

Com câncer de pulmão, seu Jesus de Oliveira, 80 anos, se vê impotente diante da cobiça de madeireiros, os mesmos que já avançaram sobre outras reservas de espécies nobres em reservas indígenas da região central do estado e do Vale do Guaporé.

“Sou do tempo da extração da borracha (látex natural) nas seringueiras. Hoje tô aqui, rezando todo dia pela minha saúde”, ele comenta. Seu Jesus fumou durante muitos anos. Hoje, apesar de serem raras as missas na comunidade, ele abre as portas da capela todo dia para rezar.

Remanescentes de quilombos do Brasil Colônia viveram mais de um século em completo anonimato. Ao saírem, nos anos 1940, passaram por quase meio século de paz e tranqüilidade, mas agora depararam com a iminente presença de invasores sobre os cinco mil hectares de terras que lhes foram reconhecidos pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário e titulados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O Vale do Guaporé tem atualmente cerca de quinhentas comunidades de quilombolas. A mulher de Jesus, Luiza Oliveira Assunção, 80, sofreu dois derrames e não tem condições de cuidar dele. Recuperou a saúde bebendo misturas de chás de poejo e outras plantas adicionados a novalgina.

Peões de fazenda

Jesus e Luiza são primos de terceiro grau. Criaram 12 filhos e comandam uma família de 56 pessoas. “Se for contar só namorei primas, antes de me casar com Luiza”, ele conta.

Desde 2010 o patriarca é assistido pelos irmãos Melquíades, 76, e Isabel, 81. Alguns filhos dele trabalham como peões em fazendas da região, onde perceberam o interesse dos vizinhos em fazer derrubadas para vender as árvores ricas. Ganham cerca de R$ 500 mensais por empreitadas de roçados.

O acesso à área é feito por uma estrada que sai da sede do município de São Miguel do Guaporé, a 108 km dali. No meio de tantas áreas alagadas, eles não conseguem ir além da pecuária e das pequenas lavouras de arroz, mandioca e milho, todas de subsistência. Só comercializam o mínimo da safra, por causa da falta de acesso rodoviário para o escoamento das safras.

Luziânia, uma neta, cuida do mandiocal. Fora da estatística estadual, os quilombolas ainda transportam sua produção no lombo de jericos, ou em canoas, pelo Rio Guaporé.

O que fazer nesse município isolado, sem recursos nas áreas agrícola, de saúde e de educação? Mesmo assim, a professora Esmeraldina vê algum avanço: “Desde julho de 2008 já funciona aqui o nono ano escolar, numa iniciativa do governo estadual.”

Historicamente, os negros chegaram à região em 1783 para trabalharem na construção do Forte Príncipe da Beira, em Costa Marques, na fronteira brasileira com a Bolívia. Não saíram mais da região.

“Se a titulação dessa terra foi anunciada como uma dívida do Brasil para com esses descendentes do povo escravo, eu pergunto: que dívida é essa que ainda não se pagou?”, questiona o executor da Unidade Avançada do Incra em Guajará-Mirim, Leonardo Oliveira.

Sobrinho de Jesus e filho de Melquíades, o executor sabe do que está falando, pois ele próprio lutou para que o governo federal delimitasse e reconhece o território de afro-descendentes nessa parte do Vale do Guaporé.

O falecido deputado Eduardo Valverde (PT-RO) e a ex-senadora Fátima Cleide defenderam os direitos dos quilombolas. Com a morte de Valverde, eles parecem ter perdido o discurso, pelo menos até que algum sucessor se apresente à altura do que significa essa conquista agora ameaçada.

RIQUEZA MADEIREIRA

Por trás da pompa do ato de entrega dos títulos de terra, em outubro do ano passado, contempla-se agora um sintomático cerco a essas espécies. São essas as principais riquezas florestais existentes em terras quilombolas do Vale do Guaporé:

■ Aroeira
■ Angelim
■ Canafístula
■ Castanheira
■ Cerejeira

MONTEZUMA CRUZ
montezuma@agenciaamazonia.com.br

"NÃO SE DEVE MATAR A SEDE DE LIBERDADE NA TAÇA DO ÓDIO"



MARTIN LUTHER KING JR




Martin Luther King Jr. nasceu ao meio-dia de 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, Geórgia. Filho de um pastor da Igreja Batista Ebenezer e de Alberta Williams King, uma professora, teve mais dois irmãos, Christine, a primogênita, e Alfred Daniel, o caçula. Antes de atingir seis anos, a idade mínima para freqüentar uma escola primária, foi matriculado por seus pais na Yonge Street Elementary School. Descoberto, foi obrigado a abandonar a escola até atingir a idade mínima.

Ao completar seis anos, foi matriculado na David T. Howard Elementary School. King também estudou na Atlanta University Laboratory School e Booker T. Washington High School. Mesmo sem terminar seus estudos secundários na Booker T. Washington High School, foi admitido, aos 15 anos, para o bacharelado em Sociologia, na Morehouse College, por causa de seu excelente desempenho intelectual.

Em 1948, aos 19 anos, King bacharelou-se em Sociologia. Nessa mesma época, optou por seguir a carreira de seu pai e de seu avô materno, Adam Daniel Williams, ambos pastores da Igreja Batista Ebenezer. Matriculou-se, então, no Crozer Theological Seminary, em Chester, Pensilvânia, graduando-se em Teologia em 1951. Desde pequeno, Martin Luther King foi educado para não se sentir inferior aos brancos e para amá-los, mesmo vivenciando a brutalidade policial contra os negros e a injustiça dos tribunais.

Durante seus estudos no Crozer Theological Seminary, King amadureceu sua visão cristã do mundo e decidiu atuar na luta pelos direitos civis dos negros. Continuando seus estudos, King foi para a Boston University, a fim de fazer o doutorado em Teologia. Em Boston, conheceu Coretta Scott, com a qual se casou em 18 de junho de 1953, em Marion, Alabama. Martin Luther King e Coretta Scott tiveram quatro filhos: Yolanda Denise e Martin Luther III, nascidos respectivamente em 17 de novembro de 1955 e 23 de outubro de 1957, em Montgomery, Alabama; e Dexter Scott e Bernice Albertine, nascidos respectivamente em 30 de janeiro de 1961 e 28 de março de 1963, em Atlanta, Geórgia.

Em setembro de 1954, King aceitou o convite para assumir a posição de pastor na Dexter Avenue Baptist Church, em Montgomery, e no ano seguinte recebeu o Ph.D em Teologia pela Boston University. O ano de 1955 foi decisivo para a vida posterior de Martin Luther King. No final daquele ano, Rosa Parks, uma ativista dos direitos civis dos negros, se recusou a obedecer à segregação racial dentro dos ônibus de Montgomery.

Então, os moradores negros da cidade resolveram lançar um boicote contra essa segregação e King foi escolhido como presidente da associação criada para conduzir a ação. Durante o boicote, a casa de King foi atacada por bombas lançadas pelos defensores da \"supremacia branca\". Mesmo assim, o boicote durou 381 dias e foi um sucesso, já que a Corte Suprema declarou a inconstitucionalidade da lei de segregação racial dentro dos ônibus do Alabama.

Além dessa vitória, o boicote transformou Martin Luther King em uma figura conhecida nacionalmente por causa de sua atuação e de seus discursos contra o racismo e a favor da não-violência. Em 1957, ele, pastores e outros ativistas pelos direitos civis fundaram a Southern Christian Leadership Conference (SCLC), destinada a lutar pacificamente pelos direitos dos negros, principalmente pelo voto.

Escolhido como presidente, permaneceria no cargo até sua morte. Em 1958, lançou seu primeiro livro, Stride Toward Freedom: The Montgomery Story (Caminhando Para Liberdade: A história de Montgomery), no qual ele fez reflexões sobre o boicote aos ônibus. No ano seguinte, viajou para Índia, onde aprofundou sua compreensão das ações de não-violência de Ghandi. O sentimento de King é expresso em suas palavras: "eu senti que essa era a única forma moral e prática para as pessoas oprimidas lutarem pela liberdade delas".

Voltando da Índia, King deixou sua posição de pastor na Dexter Avenue Baptist Church e mudou-se para Atlanta, onde ficava a sede da SCLC e onde passou a ajudar seu pai como co-pastor da Igreja Batista Ebenezer. Mesmo sendo uma figura de ponta do movimento pelos direitos civis, King, cautelosamente, não promoveu nenhum protesto de massa após o boicote em Montgomery. Independentemente disso, os estudantes negros dos estados sulistas lançaram, no início de 1960, sucessivas greves que receberam seu apoio.

Em abril do mesmo ano, os estudantes fundaram o Student Nonviolent Coordinating Committee (SNCC) e King foi convidado para discursar. No entanto, a ligação entre King e os ativistas do SNCC terminou quando fizeram críticas ao trabalho dele. Por várias vezes, King tentou reduzir os desentendimentos entre a SCLC e o SNCC, mas percebeu que o movimento estudantil tinha sua própria dinâmica. Sem conseguir resolver os problemas com os estudantes do SNCC, King decidiu organizar manifestações sem a participação deles.

Em 1963, King e seus companheiros organizaram manifestações em Birmingham, Alabama, pedindo o fim da segregação existente em muitos estabelecimentos públicos daquela cidade. Durante as manifestações, os policiais usaram cachorros e bombas de gás contra os manifestantes, e King foi preso. Contudo, a ação policial teve um efeito contrário. O presidente John Kennedy reagiu aos acontecimentos de Birmingham e enviou ao Congresso uma legislação de direitos civis, que foi aprovada em 1964.

Em 28 de agosto de 1963, Martin Luther King realizou com mais de 200 mil pessoas a famosa "Marcha para Washington", quando proferiu seu mais famoso discurso, "I have a dream", no Lincoln Memorial, pedindo uma sociedade com igualdade racial. No início de 1964, King recebeu o título de "Homem do Ano" da revista "Time", e foi o primeiro negro a conseguir essa indicação. No mesmo ano, com 35 anos de idade, foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, tornando-se o mais jovem a conquistá-lo. Segundo ele, o Nobel não significou apenas uma honra pessoal, mas o reconhecimento internacional ao movimento não-violento pelos direitos civis.

Martin Luther King também se manifestou contra a Guerra do Vietnã. Para ele, o dinheiro gasto na guerra poderia ser utilizado no combate à miséria e à discriminação. Além disso, achava que era uma hipocrisia lutar contra a violência racial e não lutar contra a violência da guerra. Por essa posição, acabou criticado por integrantes do governo e por outros líderes negros, que achavam que King desviava a atenção da opinião pública dos direitos civis.

Em 1965, King conseguiu outra vitória com a aprovação da Lei do Direito do Voto para os negros. Em 1968, ele planejava uma nova marcha para Washington, com o objetivo de despertar a opinião pública para a relação entre pobreza e violência urbana. Porém, antes ele viajou para Memphis, Tennessee, para apoiar uma greve dos trabalhadores de limpeza pública que recebiam péssimos salários.

Contudo, no dia 4 de abril de 1968, James Earl Ray assassinou Martin Luther King, na sacada do Motel Lorraine, onde estava hospedado. Sua morte provocou revoltas de negros em várias partes dos Estados Unidos. Em 1986, o Congresso Federal dos Estados Unidos estabeleceu um feriado nacional em homenagem a Martin Luther King, com comemoração na terceira segunda-feira de janeiro.






Algoz dos servidores por 8 anos, Cassol ainda se acha no direito de criticar Claudir Mata do Sintero

Mesmo com todas as perseguições, Elisafan Sales, marido da Claudir, que é funcionário da Emater há 24 anos, conseguiu ser promovido a Diretor de Piscicultura durante o governo Ivo Cassol.

Uma manchete na imprensa, nesta semana, atacando a sindicalista Claudir Mata, presidente do Sintero, atribuída ao maior algoz e perseguidor dos servidores de Rondônia, da história, que não é outro senão o ex-governador Ivo Cassol (PP), nos faz vir a público tecer algumas considerações acerca deste debate.
Seria cômico se não fosse trágico. Parece aquela história do torturador da época da ditadura que “orgulhosamente” vem a público confessar as mazelas praticadas durante o período da repressão.
Apenas para refrescar a memória do Sr. Cassol, vamos relembrar e comparar alguns tópicos:



• Reajustes para os servidores: em oito anos, para um INPC de 57,04%, foram apenas 25,53%, divididos em quatro reajustes de 10% em 2004 (só no segundo ano de mandato), 5% em 2006, 4% em 2008 e 4,5% em 2010; sendo que em 2003, primeiro ano de mandato o reajuste foi zero.

Situação atual: 8% de reajuste logo no primeiro ano de mandato, para uma inflação de 6% em doze meses. É o primeiro aumento real em mais de uma década;

• Auxilio saúde: retirou o benefício dos aposentados e pensionistas e manteve o valor em apenas R$ 75,00 para os demais servidores.

Situação atual: houve um aumento de 100% para R$ 150,00 e retornou o auxílio aos aposentados.

• Ausência de diálogo: Cassol nunca recebeu o SINTERO para negociar e nas poucas vezes que recebeu uma comissão de sindicatos nunca mostrou os números da arrecadação e nem se propôs a repor sequer as perdas inflacionárias, concedendo apenas reajustes irrisórios a cada dois anos. Ao contrário, mandava a Tropa de Choque da PM receber os professores com gás de pimenta;


Situação atual: O governo abriu as contas e projetou num telão todos os dados das receitas e despesas do Estado.

• Ataques a direitos: foram oito anos de perseguições aos direitos dos servidores, especialmente da educação, como por exemplo, a “Lei da Perseguição”, que Cassol aprovou na calada da noite na Assembléia Legislativa, para descontar toda gratificação do professor que tivesse uma única falta;
• Os militares: que sofreram seis anos de desrespeito, até que, em 2008, com apoio do SINTERO e da CUT, a categoria conseguiu impor uma derrota a Cassol, que teve que vir a público pedir desculpas por ter chamado os militares de “maricas” as esposas de “cornas”;


• Marido da Claudir: mesmo com todas as perseguições, Elisafan Sales, marido da Claudir, que é funcionário da Emater há 24 anos, conseguiu ser promovido a Diretor de Piscicultura durante o governo Ivo Cassol; ou seja, até mesmo Cassol foi obrigado a reconhecer a competência dele.


Cabe ressaltar que antes de promovê-lo Cassol chegou a demitir o Elisafam, mas foi obrigado a readmití-lo em menos de 24 horas reconhecendo que a sua atividade na Emater não poderia (nem deveria) ser confundida com a atividade sindical da sua esposa Claudir.



Diante dos fatos, ante os quais se desfaz toda argumentação infundada, fica claro que o ex-governador e atual senador Ivo Cassol deveria relembrar melhor sua passagem, de triste memória para os servidores, pelo governo do Estado, quando ele perseguiu, desrespeitou e humilhou os servidores; pois além de retirar direitos e ofender militares, Cassol chamou os sindicalistas de “cagões”, em um dos seus inúmeros rompantes e bravatas.


Para finalizar, deixamos para reflexão as palavras de Noel Rosa: “Quem é você que não sabe o que diz? Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!

Central Única dos Trabalhadores (CUT)

Autor: Assessoria
Fonte: CUT

URL: http://www.tudorondonia.com/noticias/algoz-dos-servidores-por-8-anos-cassol-ainda-se-acha-no-direito-de-criticar-claudir-mata-do-sintero,21919.shtml
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sexta-feira, 20 de maio de 2011

A guerreira: exemplo





Filha do engenheiro e poeta búlgaro Pétar Russév (naturalizado brasileiro como Pedro Rousseff) e da professora brasileira Dilma Jane Silva, Dilma Vana Rousseff, nasceu em Belo Horizonte – MG, no dia 14 de dezembro de 1947. É economista. Uma mulher decidida que sabe onde quer chegar!
Primeira mulher a ser eleita presidente da República, Dilma Rousseff (PT), chega ao poder em 2011 com ao menos dois desafios pela frente: enfrentar a resistência e o preconceito por parte dos homens, e conquistar avanços pelos quais as brasileiras vêm lutando ao longo das últimas décadas.

Escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo no Palácio do Planalto, a guerreira petista obteve mais de 56% dos votos no segundo turno, derrotando o adversário José Serra (PSDB), que conquistou 43%.

Segundo pesquisadoras do movimento feminista, a vitória de Dilma consagra a “onda feminina” da América Latina, que, na última década, assistiu às vitórias de Michelle Bachelet (Chile), Cristina Kirchner (Argentina) e Laura Chinchilla (Costa Rica), embora chegue com certo atraso em relação aos vizinhos. No entanto, a conquista, segundo elas, não põe fim à desigualdade de oportunidades no cenário político brasileiro.


Fonte: www.r7.com


domingo, 15 de maio de 2011

"O estilo é o próprio homem"





"Eu acho Rondônia um Estado de reais possibilidades de crescimento e prosperidade. Mas, isto só será conseguido com uma nova onda virtuosa, como diz Mangabeira, de se construir uma nova classe média palpitante e através de uma boa formação dos seus jovens para empregos de qualidade. Para que tudo isto aconteça, a classe política deve se fechar em novos pressupostos de compromissos sérios e responsabilidade social. Sem jogo sujo. Sem cama de gato. O sucesso na política se faz com ações concretas. Com trabalho duro. Com atitudes e programas. Além de se ter um corpo gerencial do Estado comprometido e trabalhador.

Eu não estou aqui para ser comparado com ninguém. Tem gente que me diz na lata – você precisa pegar pesado. Ser mais duro e enfático. Bravo e tudo mais. Já está dito e bem dito – que o estilo é o próprio homem. Você pode conseguir iguais ou melhores resultados com calma e prudência do que com estilos estabanados. Como ouço muito e gosto de ouvir, faço duplo trabalho, o de psicoterapeuta que analisa enquanto o outro diz e se contradiz. Creio que poucos prefeitos de Rondônia foram mais austeros e duros do que eu, no entanto, sem gritos, brados, chutes e devaneios."




Fonte: Blog do Confúcio

sábado, 14 de maio de 2011

A deputada Marinha



A deputada federal Marinha Raupp traz a marca da mulher brasileira. Perseverante, séria e comprometida com o desenvolvimento dos municípios rondonienses.

Psicóloga, professora e servidora pública, Marinha foi eleita em 2006, para o seu quarto mandato na Câmara Federal.

Com uma votação recorde, Marinha recebeu 65.420 votos e registrou a maior votação entre todos os deputados federais na história de Rondônia.

Sua atuação como parlamentar garantiu, ao longo dos últimos 15 anos de vida pública, um volume expressivo de verbas federais para os municípios rondonienses.

Juntamente com o senador Valdir Raupp, seu esposo e companheiro de lutas em favor da população de Rondônia, Marinha Raupp se mantém atuante nas mais diversas frentes.

Seu trabalho se distingue pela dedicação com que trata dos assuntos de interesse da população, sejam jovens ou idosos, homens ou mulheres, trabalhadores ou estudantes, comerciantes ou agricultores.

Agindo no presente, de olho no futuro, Marinha têm alocado recursos para todos os municípios de Rondônia, nos mais diversos setores: educação, cultura, esporte, saúde, pavimentação, saneamento básico, desenvolvimento econômico, geração de empregos e muito mais.

Marinha também é uma pioneira na defesa dos direitos das mulheres. Na década de oitenta, antes mesmo de ser eleita para o seu primeiro mandato, já idealizava a criação da primeira associação de mulheres de Rondônia.

Sempre preocupada com a melhoria da qualidade de vida das mulheres, a parlamentar tem destinado recursos para inúmeros projetos voltados para a valorização das mães e de todas as mulheres de Rondônia.

Por tudo isso, Marinha Raupp é sinônimo de Trabalho, Honestidade, Fidelidade e Compromisso com o nosso povo, com Rondônia e com o Brasil.




Fonte:www.marinharaupp.com.br