Nosso maior compromisso: cuidar do planeta!

Nosso maior compromisso: cuidar do planeta!
A existência dos seres e do planeta so dependem de uma atitude de sustentabilidade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

No ritmo da vida... seguimos


            Nossa região do vale do Guaporé foi previlegiada com projetos apoiados pelo Ministério da Cultura,  principalmente em São Miguel e Seringueiras os projetos seguem a todo vapor. que o digam Etelvina Berenez (São Miguel) e Oziel (Seringueiras) que dedicam a vida a espalhar perseverança e amor à vida onde quer que estejam.
Citamos aqui o projeto No ritmo da vida, de autoria de Etelvina Berenez A. de Macedo, de São Miguel do Guaporé cujo objetivo é: "Promover atividades corporais através da dança e da música, envolvendo jovens na faixa etária compreendida entre 17 e 29 anos, com o intuito de trabalhar a coordenação motora, a agilidade, o ritmo e a percepção espacial, além de permitir uma melhora na auto-estima e quebra de diversos bloqueios psicológicos, possibilitando convívio e aumento do rol de relações sociais, bem como tendo a música e a dança como uma opção de lazer que promove inclusive melhora de doenças e outros problemas."

A motivação do projeto em tela visa valorizar os talentos artísticos nas modalidades de música e dança, contribuindo para o desenvolvimento das potencialidades de jovens e oportunizando o conhecimento de novos métodos e técnicas no universo da arte por meio da música e da dança. Certamente o objetivo ora proposto fora alcançado, pois os jovens envolvidos mostraram a que vieram durante as apresentações realizadas no palco da escola Princesa Isabel, em São Miguel, nos dias 05 e 15 de novembro. 

"Que os bons exemplos sejam lançados e produzam bons resultados em todo lugar! A nós cabe partilhar o que temos de melhor e agradecer em quem acredita na força da cultura." disse Etelvina Berenez.


Felicitamos todos os envolvidos e esperamos que outras ações semelhantes possam ser desenvolvidas de forma a ocupar o tempo de nossos jovens, favorecendo o crescimento da cultura e da arte na região Amazônica.




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MPF/RO quer fechamento imediato de madeireiras que devastam terras indígenas


O Ministério Público Federal (MPF) em Ji-Paraná (RO) ingressou com uma ação civil pública para fechar nove madeireiras que estão extraindo ilegalmente grandes quantidades de madeiras nobres de três terras indígenas. As madeireiras estão situadas no distrito de Boa Vista do Pacarana, no município de Espigão D'Oeste. Para o MPF, o distrito é o principal foco deste tipo de ação criminosa em Rondônia.

Boa Vista do Pacarana está a nove quilômetros da Terra Indígena Sete de Setembro, dos índios suruís, em Rondônia; a cinco quilômetros da Terra Indígena Roosevelt, dos índios cintas largas, na divisa de Rondônia e Mato Grosso; e a três quilômetros da Terra Indígena Zoró, dos índios zorós, em Mato Grosso. Estas três terras indígenas são os únicos locais onde ainda há madeiras nobres em um raio de mais de 100 quilômetros de onde estão as madeireiras.

O plano de manejo florestal regular mais próximo de Boa Vista do Pacarana está a 25 quilômetros e também não possui madeira suficiente para justificar a grande quantidade de matéria prima que é processada e estocada diariamente nas madeireiras do distrito.

Licença para devastar - O governo de Rondônia também é réu na ação movida pelo MPF. O procurador da República Daniel Fontenele explica que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sedam) emitiu licenças de instalação para madeireiras naquela área, “sem considerar os óbvios impactos às comunidades indígenas”.

Ao emitir as licenças, a Sedam descumpriu a própria legislação ambiental do Estado de Rondônia, que estabelece a necessidade de vistoria técnica prévia e manifestação da Funai como condicionante ao licenciamento de empreendimentos situados em um raio de até dez quilômetros de terras indígenas. “A Sedam foi negligente e ineficiente ao conceder, açodada e indiscriminadamente, licenças de operação a estes empreendimentos madeireiros”, argumenta Fontenele.

Para o MPF, as licenças deveriam passar pelo crivo do Ibama. “Há duas razões fortes para que o Ibama seja o órgão licenciador: o distrito onde estão as madeireiras localiza-se na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, caracterizando impacto regional dos empreendimentos; e também porque as madeireiras estão no entorno de terras indígenas, determinando a competência federal”, afirma o procurador.

Ameaça de morte - As comunidades indígenas têm buscado alternativas sustentáveis de preservação ambiental por meio de captação de recursos por créditos de carbono. O procurador Daniel Fontenele cita o projeto dos índios suruís, que já mantêm contato com investidores interessados em seus pontos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD).

“Mas a conduta permissiva do Estado de Rondônia vem na contramão destas iniciativas. Ao licenciar os empreendimentos madeireiros no entorno das terras indígenas, o governo estadual não só agride o meio ambiente como obstaculariza a possibilidade de ganhos concretos derivados da preservação. É um absurdo”, ressalta o procurador.

A pressão de madeireiros sobre os povos indígenas do entorno de Boa Vista do Pacarana tem causado desestruturação de sua organização social, com graves repercussões. “Há aliciamento de lideranças indígenas para permitir a extração ilícita de madeira”, expõe Daniel Fontenele. Ele menciona como exemplo o envolvimento de lideranças de duas aldeias suruís e há informações de que os índios estariam recebendo armas de fogo oferecidas pelos madeireiros.

Quem se opõe à retirada de madeira sofre represálias. Em julho deste ano, o MPF abriu um inquérito civil público para investigar as ameaças de morte sofridas por Almir Suruí, líder daquela etnia que tem feito oposição à retirada de madeira da terra indígena. “Há contínuo aumento das tensões na região”, alerta o procurador.

Paralisação das madeireiras - O MPF pede que a Justiça Federal anule as licenças ambientais emitidas pela Sedam, além de condenar o Estado de Rondônia a não mais emitir licenças ambientais em áreas do entorno de terras indígenas sem manifestação prévia e conclusiva da Funai e a revisar todos os licenciamentos de empreendimentos atualmente localizados no entorno das reservas, no prazo de seis meses.

O pedido também é para que seja determinada a paralisação imediata das atividades madeireiras de Boa Vista do Pacarana e retirada de todo maquinário e veículos destinados ao processamento de madeira.

Por último, o MPF pede a condenação de todos os réus a pagamento de danos morais coletivos, no valor de R$ 10 milhões, em favor das comunidades indígenas Suruí, Zoró e Cinta Larga, em razão dos prejuízos sofridos. “Este valor representa apenas uma pequena parcela do preço comercial da imensa volumetria de madeira já extraída ilegalmente destas terras indígenas”, informa o procurador.

São rés na ação as madeireiras Menegaz, Por do Sol, Matos e Litque Indústria e Comércio de Madeiras, Bandeirantes, Rey Industria e Comércio de Madeiras, Comércio de Madeiras Fênix, Benevides, São Roque e Barão.


Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República em Rondônia
Contato: (69) 3216-0525 / 8431-9761
E-mail: ascom@prro.mpf.gov.br




terça-feira, 13 de setembro de 2011

Educação é prioridade!

PARA QUE SERVEM AS RENs?
Inicialmente optei por não me pronunciar sobre o assunto até que tudo estivesse esclarecido, entretanto, após questionar os detentores do poder na capital rondoniense (por incrível que pareça sem obter uma resposta plausível!,) não consegui situação-explicação que convencesse sobre o fechamento de 22 Representações de Ensino.
Para que servem?...

O pior de tudo é ser informada, sem ter tido vez nem voz! Dignidade, onde está? Democracia, cadê? E o Sindicato? Nem se manifestou! O que que há?

Para entender minha visão de mundo (particularmente minha) façamos um breve retrospecto: Descentralizar o poder através da gestão democrática. Lutamos por essa questão durante anos, atualmente, participamos desse processo na escolha para a formação dos conselhos escolares e, daqui a pouco, se tudo correr conforme o planejado, votaremos para a escolha das direções escolares... Hoje, veja o que se descortina ante nossos olhos: desativação das RENs, ou seja, CENTRALIZAÇÃO DO PODER! (De novo!) Para minha humilde pessoa, reles cidadã, parece incoerente! Somente para mim? E você, o que pensa? Depois me responda, por favor!

Mas continuando... Ao longo dos anos, trabalhamos pela cooperação, pelo trabalho em grupo, pela ação conjunta, e quando chega o Governo da Cooperação...

Então nosso enveredar pela participação na transformação da realidade na qual estamos inseridos, segue, certamente segue! Segue através das sementes do sonho de transformação (Que por incrível que pareça não foi lançado em 2011, mas há muitos anos atrás). Que fora semeado por poucos, mas firmes, graças ao desejo de mudança através dos questionamentos dos jovens insatisfeitos com ações extremamente maduras, que querem saber o porquê desse ou daquele fato, dessa ou daquela decisão. Segue também através daqueles, eternos insatisfeitos, que querem melhorar o mundo onde habitam. Nossa! Como tem dessas pessoas por ai! E quantos deles nós conhecemos? São Ana Paulas, Andrés, Giseles, Deivids, Gislaines, Romários, Donizeths e tantos outros inomináveis que, onde quer que estejam, SEMPRE vão fazer a diferença! Seja na família, na comunidade ou na escola! Uma nova história será construída de forma diferente, participativa, democrática, cooperativa! E muito MELHOR!

...Essas sementes vem sendo semeadas em Rondônia desde 1986. E tenho certeza absoluta, que muitas delas já germinaram e produziram frutos através daqueles que fizeram história e não ficaram à margem! Ah! Visivelmente, há ainda muitas sementes germinando nos corações e mentes de estudantes e profissionais que vem resgatando o respeito e a valorização da diversidade nessa nossa região cravada no coração da Amazônia. Isso mesmo! São vocês, companheiras e companheiros de jornada, que, onde quer que estejam, seja na “Iwará Puruborá”, seja no “Vale do Guaporé”, seja na “Oswaldo Piana” ou seja na “Rui Barbosa”, vocês sempre farão a DIFERENÇA!

Compensador sempre foi, é e será nosso trabalho!

Valeu a pena porque recebemos todos com distinção e respeito, como gostamos de ser tratados! Agimos democraticamente, partilhando ideias e ideais! Isso mesmo, Fabiana e Tati, nosso anseio de mudança será perpetuado! É, Marisete, Eliane, Inelves e Valdinei, nossas edificações baseadas na busca de conhecimento, certamente, não foram em vão. Verdadeiramente, Roni e Lurdes, nosso compromisso com a verdade e o bom relacionamento são primordiais! Logo, Isabel e Urias, nossas vidas são organizadas e dirigidas pelo bem comum! Alguém quer mais que isso?!
Por isso, queridos agentes de transformação da realidade, continuamos nossa jornada em caminhos diferentes, porém, com o mesmo propósito!

O que importa não são as decisões tomadas pelas gravatas coladas em gabinetes de luxo, mas, verdadeiramente, o que importa são as pequenas ações cotidianas, os pequenos seminários, as pequenas rodas de conversa, os pequenos círculos de leitura, as pequenas apresentações teatrais, as pequenas participações esportivas, as pequenas ações conjuntas, os pequenos projetos (teimosos) que insistem em permanecer e, obviamente, trazem grandes planejamentos, grandes realizações, grandes resultados, EXUBERANTES vitórias! Porque vencer não é só ganhar! Vencer é participar! Vencer é secar lágrimas! Vencer é partilhar sorrisos! Vencer é participar da construção de uma NOVA HISTÓRIA!

Para tanto, cá estamos nós, prontos para trabalharmos por uma educação de qualidade! Prontos para, acima de tudo, HUMANIZAR a educação! Prontos para continuarmos sendo agentes de transformação, com vez e voz, participando ativamente!

E você, afinal, o pensa sobre o assunto? Já questionou? Ou pensou só no lado pessoal?

Vamos esperar para ver, em algum tempo, se saberemos responder a tão repetida pergunta que encabeça essa opinião! Vamos participar para ver no que vai dar! Ou vamos, simplesmente, ficar à margem?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PAZ e SUCESSO


Ontem 07 de setembro Trio Chapahall's... Foi D+
Confira as imagens:
Entrevista na Studio A FM


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

De braços dados em apoio à cultura e à arte

A região do vale do Guaporé, em Rondônia, é riquíssimo em fauna, flora, população e principalmente em... cultura e arte. Poucos são os promotores culturais, mas fervorosos são seus objetivos.

Em São Miguel temos exímios professores, engajados com a causa... Marlene,... Zenildo, ...e tantos outros. Além de artesões, coreógrafos e outros. Aqui ressaltando a artesã Berenez Macedo, mentora do projeto "No ritmo da vida", sempre disposta a auxiliar, seus dotes vão desde a culinária, passando pelos mais diversos tipos de artesanato..., até chegar à dança (paixão de infância).

Passando por Seringueiras precisariamos de dezenas de páginas para nomear os engajados na arte e na cultura, sem menosprezar ninguém, vamos citar apenas alguns: Beatriz Dalla Costa, professora, possui o dom artístico em seu sentido mais amplo. Há também o João do Rozário, escritor reconhecido nacionalmente. Valter Duarte, incentivador da diversidade histórica. Tem também o Sandrinho Barcelos, coreógrafo e mestre da arte da dança... e não podiamos esquecer de citar a Profª Berenice Azevedo, professora, promotora cultural e grande incentivadora das questões étnico culturais.

Mais à frente, em São Francisco encontramos vários professores apaixonados pelo tema, além de renomados músicos e artesões, citamos aqui o Leoni, que na arte musical não deixa nada a desejar, e a Esterlita Freitas que do barro vindo da terra cria asmais excepcionais peças.

Chegando a Costa Marques, fica difícil escolher de quem falar, pois `nos rios onde navega a esperança muitos são vitalmente enraizados na arte e na cultura. Prof César, coreógrafo e incentivador da arte. A família Gonçalves (Marileide, Chico Território, Maguinha, Chiquinho, e tantos outros) que traz correndo nas veias o amor pela cultura regional, seja na música, na dança, no artesanato ou na culinária.

Estamos todos de braços dados
pela valorização da cultura e da arte!





terça-feira, 9 de agosto de 2011

Povo Xavante declara guerra contra segunda expulsão da Terra Indígena Marãiwatsédé


“Nunca Xavante chorou de medo, nunca fugiu de morrer. Xavante sempre enfrenta por seus direitos. Estou preparando muito bem essa guerra, está sendo pensado. É assim desde o século passado. Afirmamos e mantemos isso”. A fala é de cacique Damião Paridzane, da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, no Mato Grosso (MT). No último dia 28 de julho, parecer jurídico, uma carta escrita pelo cacique, além de um abaixo-assinado chegaram às mãos do desembargador Federal Fagundes de Deus a tratar dos últimos episódios que põe em risco a posse Xavante de Marãiwatsédé.

Com a paciência esgotada, a liderança indígena organiza seu povo para resistir a mais uma tentativa de retirada dos Xavante de seu território originário, além de reivindicar ao governo federal a desintrusão de todos os não-indígenas do território homologado desde 1998 – a morosidade, na avaliação dos indígenas, é a principal razão para mais um tentativa de expulsão do povo Xavante de Marãiwatsédé.

O recado do cacique tem destino certo. Fazendeiros, posseiros, madeireiros e grileiros, invasores do território, se articularam com deputados estaduais e conseguiram que a Assembleia Legislativa do MT aprovasse, em junho, a Lei nº 9.564 que autoriza o governo do estado a realizar permuta com a União da área homologada de Marãiwatsédé pela do Parque Estadual do Araguaia.

A permuta garantiria aos depredadores e invasores a continuidade da exploração do território indígena - que já perdura desde os anos 1960, década em que ocorreu a primeira retirada forçada dos Xavante de Marãiwatsédé. “A comunidade não quer ser retirada pela segunda vez da terra. Para nós não interessa. Essa lei é contra os direitos que a Constituição dá para os índios. Estamos firmes e animados para a decisão final da Justiça”, disse cacique Damião.

Enquanto os Xavante se organizam para resistir, o governo federal vacila na retirada dos fazendeiros e posseiros que ainda insistem em se manter no território já homologado. Eles são os principais interessados e articuladores da retirada dos Xavante das terras. Mesmo com a declaração oficial da Fundação Nacional do Índio (Funai) contrária à lei aprovada no MT, os cerca de 670 Xavante ocupam somente 20% de um total de 165.241 hectares. O resto da terra continua vítima da grilagem e devastação.

Em maio deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) detectou que dentro da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, área da Amazônia Legal, 68,8 quilômetros quadrados estão desmatados, sendo o maior foco do país – o que equivale a 43 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

“Marãiwatsédé foi demarcada, homologada e ainda tem posseiro, fazendeiro criando gado? Isso é um desrespeito. Queremos que o governo gederal os retire para que meu povo possa recuperar a terra da devastação, muito prejudicada”, reivindicou cacique Damião.

Permuta: mecanismo ilegal

De acordo com parecer jurídico elaborado pelos advogados Denise da Veiga Alves e Adelar Cupsinski, ambos assessores jurídicos do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Terra Indígena Marãiwatsédé é bem de uso especial da União “para o fim específico de posse permanente e usufruto exclusivo de suas riquezas pelo povo Xavante”. Portanto, a Lei nº 9.564 sancionada pelo governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, atinge as raias da inconstitucionalidade.

Outro argumento usado pelos advogados dá conta de que a inalienabilidade e a indisponibilidade – termos constitucionais - sobre Marãiwatsédé significam, na prática, que as terras indígenas não podem ser cedidas, doadas, transferidas, vendidas ou permutadas.

“A posse do território é garantida por força constitucional ao povo Xavante. Não se pode confundir Direito Civil com Direito Originário, o indigenato, ou seja, o direito indígena ao usufruto e posse das terras é anterior a qualquer reconhecimento formal pelo Estado”, completou a advogada Denise.

Um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas a favor dos índios Xavante foi anexado ao parecer, além da carta. Cacique Damião, que nasceu em Marãiwatsédé, acredita que o apoio externo é importante, sobretudo porque a recuperação ambiental do território é necessidade imediata. Os Xavante vivem de roças de tocos tradicionais: arroz, milho, feijão, abóbora, mandioca, melancia, inhame, cará. Como a terra está muito fraca - não há mata - essa produção não vem em grande quantidade. Eles coletam e caçam, mas pouco para a comunidade. Há também uma roça de arroz mecanizada, que a Fundação Nacional do Índio (Funai) ajuda a manter.

“Isso mostra que estamos confiantes, resistentes. Dentro da tradição na nossa terra tem o inhame, um pouquinho de caça, que quase acabou por conta da ação dos invasores. Sempre digo: índio não pode esquecer a tradição. E nós nunca acabamos por isso. Meu pai faleceu, mas fui criado sem sair da tradição. Essa é a origem do índio no Brasil”, completou.

Para cacique Damião não existe outro documento que a cultura – num gesto simples, retira um pedaço de madeira de sua orelha esquerda furada e diz: “Isso aqui mostra que sou índio, o toré mostra que sou índio, os rituais mostram que eu sou índio. E a gente tem terra. Nós não invadimos ou roubamos nada. Nos invadiram e nos roubaram”.

1966: a primeira retirada forçada dos Xavante de Marãiwatsédé

Os Xavante de Marãiwatsédé, pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê e de família linguística Jê, fazem parte do grande povo Xavante que habita o leste do Mato Grosso ). No total, são 18 mil indivíduos em 11 Terras Indígenas e divididos em 178 aldeias. Os primeiros registros dos A’wue datam de 1751, quando as terras foram de forma paulatina invadidas. Os Xavante de Marãiwatsédé foram os últimos a terem contato com a sociedade envolvente, no final dos anos 1950, pelas ações de atração do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Muitos sertanistas e agressores foram mortos na tentativa pacífica ou violenta de aproximação com esses índios.

Os primeiros posseiros da Terra Indígena Marãiwatsédé a invadiram em 1958. Quase quatro anos depois, a fazenda Suiá-Missú era instalada nas terras indígenas como propriedade escriturada. Os Xavante, reduzidos pelos assassinatos e doenças trazidas pelas expedições punitivas e grupos de atração do SPI, foram usados como mão-de-obra pela família Ometto, ‘dona’ da fazenda. Quando essa mão-de-obra foi considerada dispensável pelos invasores, um acordo envolvendo os Ometto, a FAB e o SPI decidiu pela retirada forçada dos Xavante de suas terras para a Missão Salesiana de São Marcos, 400 km ao sul do território originário – completamente tomado por posseiros, grileiros e latifundiários.

Pela janela de um C-47 da Força Aérea Brasileira (FAB), Damião Paradzane, ainda um jovem índio, viu o Território Indígena Marãiwatsédé se afastar de seu povo – composto por 263 indivíduos. Em São Marcos, os indígenas se encontraram com outros grupos Xavante, como eles reduzidos pela atração da sociedade envolvente e invasores de territórios. No novo território uma epidemia de sarampo matou cerca de 80 índios. Os indígenas sobreviventes, com a estrutura social fragilizada, se dividiram. A reviravolta ocorreu apenas na década de 1980.

Remanescentes de Marãiwatsédé e as novas gerações se reorganizaram para recuperar o território. Descobriram que a fazenda Suiá-Missú, maior propriedade constituída no território, encontrava-se sob controle da Agip do Brasil S/A, filial da corporação italiana. Na Conferência Mundial do Meio Ambiente, a ECO 92, no Rio de Janeiro, em meio às várias discussões que pautaram o encontro, os executivos da Agip prometeram devolver o território para os Xavante.

Invasões não cessaram com homologação de território

Em 9 de abril de 1992, os estudos de identificação da área foram concluídos pelo Grupo de Trabalho da Funai. A homologação de Marãiwatsédé só viria em 11 de dezembro de 1998. O território teria 165.241 hectares, estendendo-se pelos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, São Félix do Araguaia e Serra Nova Dourada, a leste de MT. No entanto, a fazenda Liquifarm Agropecuária Suiá-Missú S/A, da Agip, não entrou na identificação e homologação - sendo leiloada numa manhã de 30 de novembro de 1992.

Os Xavante foram enganados e entre a conclusão dos estudos e a homologação, grileiros e fazendeiros, respaldados por políticos, estimularam a invasão de pequenos posseiros no território. Segundo levantamento da Opan, anúncios foram feitos em várias partes dos estados de Mato Grosso e Goiás para que toda e qualquer gente desfavorecida de terras fossem ocupar Marãiwatsédé.

As matas e o cerrado, áreas consideradas ruins para o cultivo, foram destinadas a esse povo sofrido pela concentração de terras nas regiões de onde chegaram. A devastação da natureza se intensifica no território Xavante. Nas terras tidas como de boa qualidade, o latifúndio se instalou com suas centenas de cabeças de gado e o desmatamento para o pasto também tomou outras proporções.

“Sabiam e sabem que é área dos índios, já na época de 1993 eles se envolveram com políticos de São Félix e Cuiabá. Os fazendeiros trouxeram vários posseiros, de outras cidades, de Goiás, São Paulo. Nós achamos que tem de tirar eles porque não são índios e ocupam área indígena demarcada”, indignou-se o cacique Damião.

Em 2003, os anciãos Xavante se reuniram e manifestaram aos mais novos o desejo de regressar a Marãiwatsédé – terra onde a cosmologia Xavante encontra força como morada da ancestralidade e dos encantados. Cerca de 280 indígenas fazem o caminho de volta, mas na entrada do território são barrados na BR-158 pelos invasores das terras – a estrada foi bloqueada por um ônibus da prefeitura de Alto Boa Vista. Os Xavante decidem não voltar para São Marcos e acampam às margens da BR.

Por lá ficaram sob lonas de novembro de 2003 a agosto de 2004, quando sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) garante a entrada dos indígenas no território para ocupar a fazenda Karu – ou seja, depois de cinco anos da homologação de Marãiwatsédé.

Renato Santana/CIMI

De Ribeirão Cascalheira, Mato Grosso (MT)



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Buscando apoio para escolas estaduais de Seringueiras






No último dia 27 de julho, Profª Berenice Azevedo, atual Representante de ensino de Seringueiras, esteve reunida com Sueli Aragão- Secretária Adjunta da SEDUC, momento em que partilhou com a adjunta as preocupações e anseios da comunidade escolar seringueirense. Na reunião a representante de ensino reivindicou a reforma completa da quadra poliesportiva da escola Rui Barbosa de Oliveira, que desde sua construção há 20 anos nunca recebeu uma reforma completa e que devido a estrutura abalada apresenta perigo aos alunos que frequentam as aulas de educação física.

Profª Berenice solicitou ainda a construção do prédio do CEEJA Vale do Guaporé, para que dessa forma os alunos fossem melhor atendidos em sua busca pelo conhecimento, já que atualmente funciona num prédio alugado. Sueli Aragão mostrou-se comprometida com a causa da educação, assumindo assim o compromisso de bem atender a estas e outras solicitações feitas pela representante de ensino. "A comunidade de Seringueiras acredita no compromisso do governo estadual em melhorar o atendimento à população em todos os setores, principalmente no fato de trabalhar por uma educação de qualidade perpassando pela gestão democrática e pela valorização da cidadania plena", disse a professora e representante da Seduc em Seringueiras.